24 Meses, 104 semanas, 731 dias
Faz hoje 2 anos que larguei o vício do tabaco, sem medicamentos, sem pensos, sem acupuntura, sem ameaças… Deixei porque não queria mais que aquela dependência fizesse parte da minha vida, que me obrigasse a estar exposto ao frio e à chuva, apenas para alimentar o vício. Todos os dias me dá vontade de voltar, todos os dias resisto mais um dia, essa batalha interior tem sido difícil mas ao olhar para trás a conquista é muito maior que a perda.
Saborear um novo prato acompanhado por um bom vinho tornou-se mais intenso e é certo que o paladar mais apurado tornou-me um pouco mais exigente no que à cozinha diz respeito. O whisky deixou de fazer sentido e aquela “mais uma cerveja” já só é pedida quando realmente o apetite está presente, temo que o avançar da idade tenha também uma certa influência.
Lembro com saudade os cigarros queimados em frente ao mar, a companhia que me fazia nos bares e discotecas quando não sabia onde colocar as mãos, na falsa calma que me transmitia antes de um exame na faculdade, na satisfação que me proporcionava depois de um jantar entre amigos acompanhando o café e o beirão, no refúgio que se tornava um cigarro fumado durante o silêncio da noite, no suposto aumento de atitude perante os problemas, ou seja, por todos os bons momentos em que o cigarro esteve presente, não por ele mas com ele…
Estou satisfeito por viver sem fumo mas não quero esquecer os tempos em que o fumar fazia parte do meu quotidiano, está escrito na minha história e foi de cigarro na mão que vivi muito dos bons momentos que a vida me tem proporcionado.
Até sempre ou um longo até já!
Cumprimentos,
Filipe Matos Pereira