Filipe Matos Pereira

Gestor de Marketing

Area Manager

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Blog Post

A importância de conhecer o terreno

Março 27, 2021 Uncategorized

“A Gâmbia é um dos países da África Ocidental com mais migração ilegal para a Europa. As estimativas apontam que, em cada três pessoas que tentam chegar ao Velho Continente, uma acaba por morrer no caminho. Face a estas probabilidades trágicas, lançar uma campanha de sensibilização no terreno a alertar para esses números poderia parecer algo sensato e eficaz para desincentivar a migração ilegal. Mas essa iniciativa arriscaria a ter o efeito contrário.

É que entre os jovens gambianos que ponderam aventurar-se na travessia, a crença é de que as probabilidades são ainda piores. Pensam que em cada dois que tentam chegar à Europa um acaba por perder a vida. E, mesmo com essa expectativa de uma taxa de sobrevivência de apenas 50%, uma parte significativa estaria disposta a arriscar na busca de uma vida melhor.

Assim, lançar uma campanha com base na informação de que um terço dos que se aventuram rumo ao Velho Continente morre nessa viagem não seria uma boa ideia. Poderia mesmo servir de reforço aos que pensam seguir esse caminho.” in revista Exame ed.427

Foi com base nesta avaliação experimental no terreno, do impacto das medidas e políticas tomadas relativamente à pobreza, que Esther Duflo, Abhijit Banerjee e Michael Kremer venceram o Prémio Nobel da Economia, em 2019.

Nas organizações muitas vezes são tomadas decisões que parecem ir em sentido contrário ao desenvolvimento do mercado ou que em nada têm que ver com as expectativas dos clientes. Não me refiro a mudanças estruturais e estratégicas mas antes a pequenas decisões diárias que impactam o desempenho das organizações a médio prazo.

Essas decisões são muitas vezes tomadas em reuniões mal preparadas, com informação desadequada e sem a presença dos intervenientes necessários e podem causar danos prejudiciais nas organizações a médio prazo, sem que o verdadeiro impacto dessas escolhas seja perceptível no momento de tomada das mesmas.

É fundamental que o fluxo de informação seja bidireccional, que flua das equipas estratégicas para as equipas operacionais e vice-versa, de forma constante. A tecnologia veio ajudar a centralizar o acesso à informação e a colmatar grande parte destas lacunas mas é necessário que o perfil das equipas esteja alinhado para a partilha de informação.

É no terreno que se travam as batalhas e só com o conhecimento adquirido no terreno se consegue preparar a estratégia ou alterar a táctica para se ganhar a guerra.

Obviamente que não pretendo que o trabalho se torne um campo de batalha mas é fundamental que os profissionais estejam preparados para dar e receber informação e se possível que a transformem em conhecimento vantajoso para a empresa que representam.

À primeira vista pode parecer uma verdade de La Palice mas com o crescimento das equipas e a rotatividade das mesmas torna-se fundamental não deixar cair em esquecimento a importância da bidireccionalidade no fluxo de informação, é o mínimo quando para os clientes a omnicalidade é já considerado um dado adquirido.

Stay Focused. Stay Committed!

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