A influência do big data nos negócios – Parte 2
Continuando o artigo sobre a influência do big data nos negócios, começo por apresentar um exemplo de narrowcasting, aquando da reeleição de Barack Obama nas presidenciais dos Estados Unidos da América, em 2008. Foram contratados mais de 50 analistas de dados e especialistas em ciências comportamentais. Estas pessoas trabalharam 16 horas por dia, durante 16 meses, analisando dados sobre os eleitores em estados americanos decisivos, para a vitória de Barack Obama. A recolha de informação foi feita através de inquéritos telefónicos e mídias sociais. Foram identificados cerca de 15 milhões de eleitores indecisos que poderiam ser persuadidos a votar no Presidente. Utilizando os dados da TV por cabo, conseguiu-se identificar os programas de TV que esses 15 milhões de eleitores assistiam, Judge Joe Brown (Uma espécie de “O juiz decide”) era o mais popular. A campanha de Barack Obama, direccionou grande parte da sua publicidade para o horário da tarde, em que “Judge Joe Brown” passava na televisão americana e com esta iniciativa conseguiu mais 40.000 spots publicitários do que a campanha de Mitt Romney, gastando menos 90 milhões de dólares, do que o seu opositor.
O big data não está apenas a impulsionar as vendas, é também importante no que à inovação diz respeito. Um pesquisador descobriu uma forma de atribuir um valor numérico a 360 pontos nas costas, nádegas e quadris de uma pessoa. Utilizando o software que lê esses pontos, é possível às marcas produtoras de automóveis, desenvolver um sistema que faça o reconhecimento do condutor, melhorando a segurança do automóvel e contribuindo para prevenir roubos. A IBM, patenteou um piso especial que digitaliza e reconhece as pegadas das pessoas. Com esta tecnologia é possível automatizar o sistema de iluminação dos edifícios ou iniciar os protocolos e medidas de segurança, se forem detectadas visitas “inesperadas”. As grandes superfícies, os pavilhões desportivos ou os centros de congressos podem utilizar este sistema para analisar o tráfego pedestre, nos respectivos edifícios.
Desengane-se quem pensa que o big data é apenas utilizado para gerar lucro. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CCPD) nos Estados Unidos, criou um relatório médico para surtos de gripe. O principal problema, era a capacidade de resposta do centro, ao nível de vacinas, pois andava sempre com uma semana de atraso em relação ao aparecimento do surto. Se não vejamos, um paciente enquanto não tinha a certeza que estava com gripe não ia ao médico e o médico por sua vez enquanto não atendia muitos pacientes com gripe, não enviava o relatório para o CCPD. Quando o relatório chegava ao CCPD, já o surto tinha alastrado a grande parte da população local. A Google, com vasta experiência na análise de dados, decidiu desenvolver um sistema que antecipasse os surtos. Com base no número de consultas aquando dos surtos de gripe e das pesquisas feitas no Google em determinada região, antes do pico de gripes acontecer, a empresa conseguiu identificar um conjunto de palavras que os pacientes digitavam nas suas pesquisas e assim, começaram a prever com eficácia o aparecimento de surtos.
O big data é uma excelente fonte de conhecimento para as empresas e continuará aumentar a sua importância, abrangendo novas áreas como a saúde e a educação. Passaremos a ter o antes e o depois do BIG DATA!
Fonte
Filipe Matos Pereira